Graduação → Probabilidade e estatística → Figuras ↓
Teste de hipótese
Entender o teste de hipótese é importante para analisar dados em estatística, especialmente quando você precisa tomar decisões informadas com base em evidências quantitativas. O teste de hipótese é um método que ajuda a determinar se há evidências suficientes em uma amostra de dados para inferir que uma determinada condição é verdadeira para toda a população.
O que é uma hipótese?
Antes de entrar no teste de hipótese, é importante entender o que é uma hipótese. Em termos simples, uma hipótese é uma declaração ou suposição sobre um parâmetro em uma população. No campo da estatística, hipóteses são frequentemente declarações sobre a média ou proporção de uma população.
Por exemplo, digamos que uma fábrica alegue que suas lâmpadas duram em média 1.000 horas. Sua hipótese pode ser: "A vida útil média de uma lâmpada é de 1.000 horas."
Tipos de hipóteses
Existem dois tipos principais de hipóteses no teste de hipótese:
1. Hipótese nula (H0)
A hipótese nula é uma declaração geral de que não há relação entre dois fenômenos medidos ou nenhuma associação entre grupos. É a hipótese padrão ou básica que indica nenhum efeito ou diferença. Para o exemplo das lâmpadas, a hipótese nula é:
H0: μ = 1000
Ela afirma que a vida útil média das lâmpadas é 1000 horas.
2. Hipótese alternativa (Ha ou H1)
A hipótese alternativa é a declaração que refuta a hipótese nula. Sugere que há um efeito ou diferença. De acordo com nosso exemplo, a hipótese alternativa poderia ser:
Ha: μ ≠ 1000
Isso mostra que a vida útil média das lâmpadas não é 1000 horas.
Etapas do teste de hipótese
O teste de hipótese segue um processo estruturado. Aqui está um guia passo a passo sobre como isso é geralmente feito:
1. Declare a hipótese
Você começa declarando as hipóteses nula e alternativa. Estas são geralmente expressas em termos de parâmetros populacionais.
2. Determine o nível de significância (α)
O nível de significância, denotado como alfa (α), indica a probabilidade de rejeitar a hipótese nula se ela for verdadeira. Níveis de significância comuns são 0,05, 0,01 e 0,10.
3. Escolha o teste apropriado
Escolha um teste estatístico que melhor se adapte aos seus dados e hipótese. Testes t e testes z são comuns para comparar médias, enquanto testes qui-quadrado são usados para dados categóricos.
4. Calcule a estatística de teste
Usando os dados da amostra, calcule a estatística de teste, que é um valor padronizado que mede a extensão da diferença entre os dados observados e o que é esperado sob a hipótese nula.
5. Determine o valor p ou valor crítico
O valor p indica a probabilidade de observar os resultados do teste sob a hipótese nula. Se o valor p for menor que α, a hipótese nula é rejeitada. Alternativamente, se for usada a abordagem de valor crítico, compare a estatística de teste com o valor crítico da distribuição de probabilidade.
6. Tome uma decisão
Decida rejeitar ou não rejeitar a hipótese nula com base na comparação do valor p ou valor crítico.
7. Tire conclusões
Converta julgamentos estatísticos em conclusões no contexto da questão de pesquisa.
Exemplo visual
Vamos imaginar um teste de hipótese simples para a diferença de médias com o seguinte cenário:
Imagine um exemplo de distribuição de dados:
Neste diagrama, duas distribuições (em azul e vermelho) representam os valores possíveis para as hipóteses nula e alternativa. A região de sobreposição representa o terreno comum onde podemos não rejeitar a hipótese nula.
Exemplos de teste de hipótese
Exemplo 1: Teste t de uma amostra
Suponha que queremos saber se um novo medicamento altera a temperatura corporal. A temperatura corporal média é 98,6°F. Após administrar o medicamento a 30 pessoas, a temperatura média foi registrada como 98,4°F com um desvio padrão de 0,5°F.
Etapa 1: Declare as hipóteses.
H0: μ = 98,6
Ha: μ ≠ 98,6
Etapa 2: Determine o nível de significância.
α = 0,05
Etapa 3: Selecione um teste.
Use um teste t de uma amostra porque o desvio padrão da população é desconhecido, e o tamanho da amostra é pequeno.
Etapa 4: Calcule a estatística de teste (t).
t = (98,4 - 98,6) / (0,5/√30) = -2,19
Etapa 5: Determine o valor p usando a distribuição t.
Para df = 29, assumindo um teste bicaudal, o valor p ≈ 0,036.
Etapa 6: Tome uma decisão.
Como o valor p é (0,036) < α (0,05), a hipótese nula é rejeitada.
Etapa 7: Conclusão.
Temos evidências suficientes para sugerir que o medicamento afeta a temperatura corporal.
Importância do teste de hipótese
O teste de hipótese desempenha um papel vital na tomada de decisões em várias áreas, como medicina, ciências sociais, agricultura, negócios, etc. Ao confiar em evidências estatísticas, elimina a necessidade de suposições ao resolver questões de interesse.
Erros no teste de hipótese
Devemos entender que o teste de hipótese não fornece certeza. Ele carrega o risco de erros:
1. Erro Tipo I
Este erro ocorre quando a hipótese nula é verdadeira, mas nós a rejeitamos por engano. A probabilidade de erro Tipo I é representada pelo nível α escolhido.
2. Erro Tipo II
Um erro Tipo II ocorre quando a hipótese nula é falsa, mas não conseguimos rejeitá-la. A probabilidade de ocorrer um erro Tipo II é representada por β.
O poder do teste
O poder de um teste é a probabilidade de que ele rejeitar corretamente uma hipótese nula falsa. Aumentar o tamanho da amostra ou o tamanho do efeito pode ajudar a aumentar o poder do teste.
Conclusão
O teste de hipótese é uma ferramenta inestimável que fornece uma estrutura formal para testar ideias e teorias. Embora não forneça prova absoluta, ele guia a tomada de decisão baseada em evidências, ajudando analistas e cientistas a tirar conclusões e fazer previsões com certeza.